Num mundo cada vez mais globalizado e em que o tempo é escasso, todas as ferramentas que permitam otimizar tarefas são alvo de grande adesão por parte da sociedade.
De acordo com a líder em tecnologias de informação CISCO, a perspetiva era de que os dispositivos e conexões móveis inteligentes representassem, no ano de 2020, 72% do total de dispositivos e conexões móveis e fossem responsáveis por 98% do tráfego de dados móveis.
Adicionalmente, as estatísticas previam que nesse ano a população com pelo menos um telemóvel vai exceder o número de pessoas com eletricidade.
Em termos de dispositivos individuais, os smartphones dominam o tráfego móvel e a sua proliferação está a aumentar tão rapidamente que se espera que mais pessoas tenham smartphones (5,4 mil milhões) do que eletricidade (5,3 mil milhões), água corrente (3,5 mil milhões) e automóvel (2,8 mil milhões).
O setor da saúde não foge à regra e tem sido alvo de várias transformações, principalmente ao nível da eficiência dos serviços, pelo que ao longo da última década têm sido desenvolvidos serviços de saúde baseados na mobilidade.
A utilização da tecnologia para monitorizar, promover cuidados e maior adesão aos tratamentos de saúde, já é uma realidade que facilita a maior integração entre equipa multiprofissional e o utilizador/utente. Essa funcionalidade tornou-se possível pelo progresso mundial do ciberespaço, associado à chegada das aplicações para smartphones (Apps), que possuem, entre suas características, a fácil utilização e o maior acesso a informação pelos utilizadores.
A utilização de aplicações móveis de saúde por parte dos utilizadores proporciona benefícios a nível da mobilidade, a ubiquidade, a conetividade instantânea, a conveniência e a personalização são constantemente procuradas pelos utilizadores como forma de ultrapassar barreiras geográficas, temporais e organizacionais.
Assim, os dispositivos móveis (e em particular o smartphone) revestem-se destes elementos, o que leva a que a população recorra a estas plataformas pela sua capacidade facilitadora ao nível dos serviços de saúde.
As apps constituem um elemento central de novos modelos de negócio da saúde, surgem com a efetiva relevância das aplicações de saúde nos telemóveis (apps) para a prática clínica e para o interesse comercial dos profissionais de saúde. Na perspetiva do empreendedor e empresário em nome individual (ou de pequena clínica) seguida pela grande maioria dos profissionais em Portugal.
Havendo uma grande diversidade de apps para a saúde, a sua classificação é ainda um tema em aberto e muito atual. Para fins de simplificação, podemos assumir que têm sido desenvolvidas cinco tipos de apps para o setor da saúde do que se observa em Portugal:
– Apps de Estilo de Vida.
– Apps hospitalares.
– Registo Eletrónico de Saúde Individual.
– Apps para gestão clínica e investigação farmacológica.
– Apps para tele-saúde e tele-cuidados.
Há ainda um conjunto de apps que são uma espécie de híbridos pois combinam características e funções de várias das tipologias indicadas, nomedamente as apps direcionadas para os serviços de saúde domiciliário com multiprofissionais (clínicas ou em nome individual) a disponibilizarem os seus serviços, e que apresentam vantagens em duas grandes áreas:
1 – A nível dos profissionais, entre outras vantagens tem a possibilidade de publicitação dos seus serviços habitualmente de uma forma gratuita,redução em recursos administrativos e físicos no exercício da sua atividade, atualização de tarifários dos serviços a qualquer hora do dia e dispor de serviços para além da sua área de influência.
2 – Na ótica do utilizador / utente, diversidade de serviços na mesma app, forma fácil de escolher um serviço apenas à distância de um click, chegar ao profissional ideal ao preço mais competitivo (possibilidade de comparar preço).
As Apps podem representar um importante instrumento de suporte nas tomadas de decisão das clínicas/ profissionais de saúde quando voltadas para o acompanhamento das condições de saúde da população, desde a utilização de informações para a prática de hábitos saudáveis, até no controle do uso de fármacos de forma efetiva.
Têm também um papel inovador na promoção de serviços domiciliários para episódios de doença temporária/prolongada ou mesmo para o paciente se manter no conforto do seu lar.